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quarta-feira, 12 de maio de 2010

Para que diabos há tantas normas?


Você lê o livro, complementa com algumas apostilas, conversa com professores, pesquisa no Google (isso é praxe), e, pra complementar, ainda tem que tecer uma crítica ou dissertação pessoal sobre aquele tema em especial, contextualizá-lo, enfim, se dar ao trabalho de produzir algo que irá despender grande energia intelectual na produção de um texto. Tudo bem, você é um acadêmico.

Só que aí vem a facada: você é, comumente, “forçado” a adequar a estrutura formal de seu texto a uma determinada norma, seja ela da ABNT ou as da Faculdade Seama. Então, enquanto você está formatando milimetricamente o seu texto com o livro da professora Catarina Moutinho à tira colo vem a pergunta indignada:

- Para que diabos há tantas normas? - Pergunta justa, mas inapropriada.

Pergunta correta:

- Por que se deve seguir esta ou aquela norma?

Respostas legítimas:

· Para se satisfazer a vontade desta ou daquela pessoa;

· Para seguir uma tradição imemorial;

· Para cumprir uma norma institucional;

· Deus quis assim.

Essas respostas são legítimas porque, certamente, haverá por aí caxias, tradicionalistas e sádicos.

Resposta sensata:

· Para se padronizar os diversos textos que cumprem objetivos comuns.

A réplica:

- E por que a padronização é necessária?

Certo, vamos tentar compreender isso.

A sequência numérica 87965478899 não deixa claro o que se pretende informar. A mesma sequência organizada em um padrão conhecido, 879.654.788-99, sugere de modo bastante decisivo o que os números informam no exemplo. É bastante provável que seja um CPF. No caso das informações organizadas textualmente, a padronização é, essencialmente, uma estratégia para facilitar a identificação e compreensão de categorias de informação. Isso porque a forma também informa.

Os padrões oferecem modelos rapidamente identificáveis, corroboram, assim, o significado da informação e permitem sua apresentação de modo sintético – acreditem, não é necessário inserir a palavra e-mail antes de academico@seama.edu.br, ou telefone antes da seguinte sequência numérica (96) 3836-7474.

Numa simples olhadela em um texto acadêmico, mesmo um leigo é capaz de identificar certas categorias de informação – título, palavras-chave, citações literais e referências, por exemplo. Isso porque estas informações são dispostas segundo padrões previamente estabelecidos. No que toca à organização da informação, as normas também servem para garantir a completude e a possibilidade de recuperação da informação. A NBR 6023, da ABNT, indica quais informações devem conter uma referência bibliográfica, com essas informações é possível conhecer a fonte exata que serviu de base para a produção de certo trabalho.

Seria difícil viver num mundo em que não houvesse nenhum padrão. Cada lâmpada um bocal diferente, cada tomada de aparelho elétrico uma forma diferente do receptor, cada comida com peso e sabor diferente quando comprados no mercado.
O que aconteceria se não tivéssemos referenciais? Como seria a vida sem as métricas matemáticas para nos orientar sobre pesos, tamanhos e volumes? E se não instituíssemos que matar pessoas é errado?

Saber para que servem as normas é importante tanto para quem as segue quanto para quem as cria. Para o primeiro, justifica a necessidade de cumpri-las e lhe permite a intervenção crítica. Para o segundo, orienta seu trabalho e lhe confere razões para convencer, da importância das normas, aqueles que irão cumpri-las.

Camila Ramos – SeamaCom

com informações de Alex Harlen, estudante de letras, e Rafael Bentes.

9 comentários:

anderson calandrini disse...

"há as normas vem só pra encher a pasciencia", geralmete e o que ouve sobre tantas regras, mas imagine como seria sua vida sem elas, imagine como seria dificil fazer uma pesquisa na web se ela nao seguisse regras.
como vc acharia uma pessoas no orkut, se ele nao tivesse normas a serem seguidas, ou melhor como seria pegar um onibus se eles nao tivessem o nome escrito.
as vezes é dificil gravar tantas regras, mas elas estão ai so pra te ajudar.

Isabella Araujo disse...

"É tarefa essencial do professor despertar a alegria de trabalhar e conhecer.
Caros meninos, como estou feliz por vê-los hoje, diante de mim, juventude alegre de um país ensolarado e fecundo.
Pensem que todas as maravilhas, objetos de seus estudos, são a obra de muitas gerações, uma obra coletiva, que exige de todos um esforço entusiasta e um labor difícil e impreterível. Tudo isto, nas mãos de vocês, se torna uma herança. Vocês a recebem, respeitam-na, aumentam-na e, mais tarde, irão transmiti-la fielmente à sua descendência. Deste modo somos mortais imortais, porque criamos juntos obras que nos sobrevivem.
Se refletirem seriamente sobre isto, encontrarão um sentido para a vida e para seu progresso. E o julamento que fizerem sobre os outros homens e as outras épocas será mais verdadeiro".
EISTEIN, Albert. Como vejo o mundo. 8 ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1981.

Prof. Jefferson disse...

Garota, parabéns!

Eu dou aulas de metodologia, mas não explicaria melhor a importância de se construir textos nas normas de pesquisas acadêmicas.

Olha, ficou claro para aquele que ler toda a sua matéria a importância de usar as normas ABNT. Novamente parabéns!

Dulcivania Freitas disse...

Parabéns! Excelente texto.

Anônimo disse...

huhum ta ñ só oq me faltava mesmo,a minha norma é só o cabeçário mermo moró...sem nada de folha de resto,e essas paradinhas nada haver...

Anônimo disse...

huuhum só puxa saco akiii nesse blog kkkkkkkkk....só oq me faltava num to dizendo!!!!

Anônimo disse...

hummmmhummmmmmmmmmmmmmm!!!

Anônimo disse...

dá logoooo!!!

Raquel Bentes disse...

Prezada Camila,

Tanto eu, quanto o Alex nos sentimos prestigiados por você ter citado o texto dele e o meu comentário no seu post.
No entanto, peço que cumpramos o que o texto propõe, adotarmos as normas técnicas. No caso, seria necessário usar a NBR 10520/02 de citações bibliográficas para identificar a autoria do texto.
Por fim, pediria a você que corrigisse meu nome para Raquel Bentes e não Rafael Bentes. Obrigada! Abraços.