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sexta-feira, 7 de maio de 2010

Entre o jornalismo e a literatura


“Quando Frank Kumbu se levanta cada manhã e observa o mundo desde o modesto degrau de cimento que existe à entrada de sua casa, as imagens dos meninos brincando nas ruas cheias de lodo, do trânsito com suas nuvens de fumaça, e o ruidoso desfile de soldados, mendigos e vagabundos, fazem com que ele se lembre como as coisas foram durante, mais ou menos, os últimos vinte anos”.

Tradução do começo de um artigo sobre a situação do Congo depois da queda e da morte de Mobutu, no jornal The New York Times em 28 de setembro de 1997.

“Como seduzir, usando uma arma tão insuficiente como a linguagem, pessoas que experimentaram com a vista e com o ouvido todas as complexidades de um fato real?”. A pergunta feita por Tomás Eloy Martínez, Jornalista e escritor argentino, tem sido a mesma dos diversos jornalistas que se deparam com a nova realidade dos noticiários televisivos em que a notícia é quase palpável e o receptor quase hipnotizado pelo show de ângulos, expressões e realidade.


O lead deixa perceptível a lacuna existente entre fatos e registros metódicos sobre eles. Não nos basta saber formalmente o que acontece, o público quer sentir o que sucede, e mais, envolver-se nas histórias e relatos.


O jornalismo moderno resolveu esse problema através da narração.



"Filippo Simonelli levanta o fone, pressiona algumas teclas e uma voz grita a seu ouvido: 'Pizza fresquinha? Restaurante Buon Amico. Via dei Campi 24'. Não, não se trata de uma chamada à uma pizzaria. É parte de uma curiosa experiência oferecida a certos europeus - chamadas telefônicas grátis em troca de que aceitem ouvir propagandas comerciais".

Primeiras linhas de artigo publicado sobre chamadas telefônicas grátis na Europa, também no jornal The New York Times em 28 de setembro de 1997

Dizem que a que a sorte de um homem resume, em certos momentos essenciais, a sorte de todos os homens. Essa é a lição tirada das crônicas para o jornalismo.

A crônica é basicamente um texto escrito para a publicação em jornais. Nela o narrador mostra através de situações individuais uma notícia ou mensagem aos leitores de forma a aproximá-los pessoalmente do fato ou situação fictícia. Quando lemos que houve mais de duzentas vítimas na enchente no rio de janeiro, o dado nos assombra mas não nos comove. Se, em vez disso, lêssemos a tragédia de uma mulher que perdeu toda a família depois do desastre, e acompanhássemos a história de suas perdas, saberíamos tudo o que é preciso saber sobre essa enchente e tudo o que há que saber sobre o azar e sobre as desgraças involuntárias e repentinas.


O novo jornalismo, ou jornalismo literário, é a grande resposta do jornalismo escrito contemporâneo ao desafio dos meios audiovisuais. “Descobrir, onde antes havia apenas um fato, o ser humano que está atrás desse fato, a pessoa de carne e osso afetada pelos ventos da realidade”, compila Tomás Eloy. Através das crônicas a notícia deixa de ser objetiva para tornar-se individual.


É claro que nem todos vão sair por aí narrando, a pior coisa é lermos um jornalista com texto pseudo romancista. O jornalismo literário é um caminho para aqueles que realmente amam escrever e mostrar através de relatos memoráveis, nos quais o destino de um só homem ou de uns poucos homens permita refletir o destino de muitos ou de todos.

Saiba mais sobre crônicas

Saiba mais sobre o concurso Crônicas Seama 2010


Camila Ramos - SEAMACOM

15 comentários:

Anônimo disse...

eu Anônimo oficial irei me afastar por um tempo,caso apareça outros são cópia mal feita,gente querendo me imitar!querem aparecer a qualquer custo.Estou aguardando novas notícias ou seja cerveja heheh mentirinha,ou seja novos postagens e o pulso ainda pulsa!

Roberta Scheibe disse...

O jornalismo literário é o mais bacana que tem! Eu, particularmente, adoro! O texto é mais rico em narração e descrição. Um super exemplo é a Eliane Brum, que esteve aqui ministrando uma oficina para os alunos da Seama.
Parabéns galera da SeamaCom! Ótimas matérias!!!

Anônimo disse...

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Linsey

Anônimo disse...

We should be painstaking and discriminating in all the par‘nesis we give. We should be strikingly painstaking in giving opinion that we would not dream up of following ourselves. Most of all, we ought to evade giving advise which we don't mind when it damages those who take us at our word.

trowel

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Anônimo disse...

A gink begins cutting his insight teeth the earliest without surcease he bites out more than he can chew.

Anônimo disse...

To be a upright human being is to from a amiable of openness to the mankind, an skill to trust aleatory things beyond your own pilot, that can govern you to be shattered in very extreme circumstances pro which you were not to blame. That says something exceedingly important relating to the get of the righteous passion: that it is based on a conviction in the unpredictable and on a willingness to be exposed; it's based on being more like a weed than like a jewel, something kind of dainty, but whose acutely special beauty is inseparable from that fragility.

Anônimo disse...

Exercise ferments the humors, casts them into their adapted channels, throws bad redundancies, and helps feather in those confidential distributions, without which the solidity cannot subsist in its vigor, nor the incarnation fake with cheerfulness.

Anônimo disse...

Hi, guantanamera121212